mardi 2 mars 2010

Lisboa é uma pessoa.

Cidades hà que mais se parecem
com pessoas, caràter definido,
comportamento ùnico, corpo seu,
tem olhos (nos olhos estão a comprovação de
uma consciência e de uma alma) e ouvidos:
a cidade respira como gente, tem divagações,
saudades e sente falta de coisas e de pessoas.
Lisboa é uma dessas cidades.
Também é o seguinte, no seu corpo, pouco se
toca, a baixa é a baixa, o bairro alto continua,
jà hà algum tempo limitado aos carros,
a Alfama ali està, as suas ladeiras, os seus
becos, escondidos e perenes.
Lisboa vai levando a vida lentamente,
se espreguiçando à beira de seu rio,
tão perto do mar que, embora fora das vistas,
sente-se, pressente-se através do Tejo.
Lisboa deixa-se percorrer o corpo,
andar, se perder, voltar caminhos.
Deixo o ônibus pra tràs, na praça do Comércio,
atravesso o Rossio, e
subo pelo Chiado, meus olhos sempre a percorrer a
tristeza da cidade, Lisboa parece estar sempre a
derramar uma làgrima.
Uma Bock na Brasileira, pastéis, bolinhos
de bacalhau, tenho impressão que os
portugueses não chamam bolinhos de bacalhau,
mas um outro nome, que não lembro, ou talvez não saiba.

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