vendredi 26 mars 2010

Autonomia.

Voltar a Paris tem um prazer suplementar,
que vem se ajuntar a beleza da cidade,
a mundanidade da cidade,
a calma da cidade,
o ar da cidade.
Voltar a Paris traz de volta
o prazer da autonomia urbana
que somente o veìculo que se chama
bicicleta pode proporcionar.
Não é somente o ar da cara, nem o sol
na cara, nem a cidade nos olhos -
o fugir da claustrofobia dos metrôs e
dos carros.
Ir de bicicleta para cumprir compromissos
cotidianos traz a sensação de autonomia.
As cidades grandes do Brasil, das quais
Recife é somente mas um exemplo de
como não deveriam ser os arranjos
urbanos, põem o cidadão, o usuàrio da
cidade ilhado, perdido, um vagante.
E não somente o pedestre, esse desgraçado
que pouco tem o direito de flanar,
roubado que tem os seus espaços
de andar por aì.
Também quem vai de carro està a cada dia
mais ilhado, na sua ilhinha de lata
e fumaça.
O cidadão de alguma posse vai de casa
prum centro comercial, que ainda
chamam o nome em inglês pra apontar
a sua origem alienìgena, cujo
planeta de origem decidiu eleger
o automòvel como mais um deus.
A cidade no Brasil é um arquipélago
de espaços.
Ter espaços reservados numa cidade
para as duas rodas não motorizadas
permite exercer essa autonomia de quem
tem duas pernas ainda funcionais.
E olhe que nesta presente cidade
é preciso estar atento e forte,
pois motos e carros invadem os
espaços ciclìsticos, às vezes
sem piedade.
O ser humano essa coisa de poder
e a (necessària) restrição do poder,
que tem no trânsito e nas ilhas de lata
o seu exemplo mais vìsivel.

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