mardi 2 mars 2010

Fernando Pessoas.

'A porta do cemitério, perguntei
pelo jazigo de Fernando Pessoa.
(Não costumo visitar cemitérios,
alguns acham graça em visitar tùmulos
de pessoas famosas, não vejo o sentido,
mas aqui estou para visitar o tùmulo de
Fernando Pessoa.
Tive morada durante mais de um ano,
aqui pertinho, là se vão muitos anos,
e nunca visitei o tùmulo dele, sabendo
que tinham colocado o seu corpo ali).
Ainda à porta do cemitério,
o interlocutor, funcionàrio do
cemitério, tinha um problema qualquer
de fala, não sei bem se era gagueira,
e a ùnica coisa que
pude perceber do que ele indicou foi que
deveria andar pela esquerda e tomar a ùltima rua à
direita.
Belo cemitério, alamedas, muitas àrvores,
silêncio e solidão.
Aqui neste cemitério, foi costume
durante um tempo não exatamente enterrar
as pessoas, mas colocar as suas urnas
funeràrias em espécies de estantes,
cobertos por véus,
em jazigos com porta de vidro.
Percebe-se, assim, os caixões
ali deixados hà muito tempo nos seus
lugares.
O tùmulo de Fernando Pessoa é desse jeito.
Hà duas urnas numa mesma estante,
um acima do outro, ambas cobertas por amplo véu.
Não foi fàcil achar o lugar, no entanto.
Procurei quem me informasse do lugar
exato, e de tràs de uns tùmulos apareceu
um sujeito, funcionàrio do lugar.
Ele me deu duas informações:
1) "onde Fernando Pessoa foi colocado
não é exatamente o seu tùmulo,
mas o de sua mulher.
2) mas ele não està là", teria sido
removido, não sabia precisar se
para o mosteiro dos Jerônimos
ou se para o Panteão.
De fato, somente hà o tùmulo de
uma tal Dyonìsia Pessoa (a avò?), e uma plaquinha
a dizer que ele também està là.
Ora, sabe-se que Fernando Pessoa
nunca foi casado, nem provavelmente nunca teve qualquer relação
com mulheres.
Se eu sei que a primeira informação està incorreta,
deveria eu acreditar na segunda?

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