mardi 2 mars 2010

De Chirico.


esse texto, escrevi depois de ir à grande
exposição de De Chirico hà uns meses
em Paris, no Palais de Tokyo.



Hà algo neste pintor que sempre me interessou. Hoje, na sua exposição, descobri que o me interessa mesmo deve ser a sua fase metafìsica, que foi a primeira, que vai dali do que na exposição é chamado de "Metafìsica de Florença" até a "Metafìsica de Paris". No entanto, acho que mesmo na suas fases posteriores ela não deixa de ser o mesmo De Chirico.
Grandes espaços, onde abundam chaminés, torres, e, com freqüência, trens. E, em meio aos grandes espaços desprovidos de pitoresco e de humanidade, figuras humanas, sem rosto, sem identidade, se veem perdidas. O século XX é De Chirico, sobretudo. E' a expressão de um século, e de um ocidente, que, movidos pela razão geométrica, pela atitude matemàtica, pela supremacia da lògica formam, resumem tudo à impessoalidade, à falta de identidade. Quadros como "A partida da Gare de Montparnasse" atestam essa solidão humana promovida pelo excesso de tecnologia e de construção: não hà ninguém esperando e ninguém partindo, não hà abraços, nem choros, nem amigos se encontrando, somente hà espectros, ao longe, que são mais como manchas indistintas.
E' curioso que De Chirico tenha retomado muitos anos depois essa fase metafìsica com os mesmos temas, "O filho pròdigo", "Hector e Andròmaco" e outros. E' dito na exposição que De Chirico tinha a intenção de purgar o fetchismo desenvolvido ao redor de sua obra anterior. Hà quadros dessa fase que chamam de "replay" que datam de 1975.
E' dito também na exposição que a Paris da época em que o pintor chegou, anos 1910, era completamente tomada por fàbricas e usinas, ambiente que teria influenciado enormemente a obra dele. E de fato, na Paris de hoje pode-se ver os requìcios do que ela era no começo do século XX, com muitos prédios que serviram de local para as fàbricas ainda existindo e sendo bastante visìveis nas sua cores e formas.
"A sombra de um homem andando contém mais mistérios do que todas as religiões presentes, passadas e que ainda estão por vir" - escrito em umas das paredes da exposição.
Também tem um quadro, logo no começo da exposição, que ele pintou ainda estando na Itàlia, que tem um tìtulo assim como "a melancolia do relògio", que mostra um amplo lugar onde um relògio està posto no cimo de um portal e pessoas colocadas umas longe das outras estão ali a esperar (o quê?) e a olhar o relògio. Estranho e tocante.

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