mercredi 18 avril 2007

eleições


Não queria fazer comentários sobre as eleições que
se aproximam aqui na França.
Não é porque um estrangeiro não deva, nem possa,
ter opiniões sobre o processo político do país onde
calhou viver. Não é isso, não.
Eu sei que muitas vezes um estrangeiro vê coisas
que alguém da terra não vê, este já míope para
certas coisas e idéias sobre seu país.
Mas, se assim é verdade,por outro lado a um
estrangeiro falta uma certa vivência com o que
aconteceu em um passado recente na sua terra de
adoção e isso pode implicar numa opinião às vezes
atabalhoada e equivocada sobre o que se passa.

Tem uma outra coisa também, que tem a ver com o
gênero de proposições políticas que a gente ouve por
aqui e que metem um medo danado.
Foi nas eleições de 2002, cujo o tema, o mote que
dominou e que puxou todos os debates que foi o da
(in)segurança.
Incrível, para um país que apresenta números de
violência tão baixos e cujas ruas mesmo das maiores
cidades são quase absolutamente seguras.
Segurança não é, nem de longe,o maior problema por
aqui.
O que mete medo é a guinada da política para
um estado policialesco.
Hoje, em Paris, o policiamento é ostensivo, há policiais
pra todo lado, de bicicleta, a pé, e em viaturas sempre
com a sirene ligada. Também apertou a política com
relação aos estrangeiros que aqui vivem, e a eles é
dada parte da culpa do desemprego, que atinge níveis
importantes para um país europeu.

Uma curiosidade das eleições daqui fica com esses
paineis que são colocados em toda a parte pela
prefeitura a fim de evitar que os candidatos sujem
os muros da cidade com seus cartazes.
Também não há carros de som a anunciar os nomes
dos candidatos, nem comícios barulhentos.
No máximo, panfletagens silenciosas em pontos
estratégicos.

Mas, eu vou voltar ao tema nesses próximos dias,
com a chegada dessas eleições que prometem ser
a maior surpresa das últimas décadas na França.
Um candidato de direita que se fortalece mas que
não consegue se livrar de uma imagem de rigidez
em excesso, uma candidata socialista que às vezes
parece que não vai engrenar, um candidato que se
diz de centro mas que ninguém sabe a que veio,
e o candidato de extrema-direita que disputou com
Chirac o segundo turno das últimas eleições.
Esses são os quatro candidatos que estão na frente,
e, atrás deles, tem mais uns dez de várias tendências
e que estão ali mais pelo jogo do que para ganhar.

1 commentaire:

CAMARA a dit…

Sorriso e demagogia, Sarco tem de sobra. Você usou um termo muito apropriado, “Policialesco”. Enquanto não se rever o processo de Integração, um dos maiores fiascos da política Francesa, continuaremos vendo problemas relacionados à delinqüência. Mas não se combate esse tipo de problema com o aumento de efetivo. Erros que tornam esse “Jardim da Infância”, em termos de insegurança, uma bomba relógio. Parabéns pelo blog, parabéns pelo espaço aberto. Fico feliz de poder ter notícia de qualidade no meu monitor.

Forte abraço,

Aluízio

 
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