vendredi 6 avril 2007

O Mito II

Em Barcelona, a salamandra de Gaudi no parque Güell
já perdeu as pontas das suas patas, diz o meu livrinho sobre o lugar,
os turistas fazem questão de a agarrar, de a tocar, de
serem fotografados juntos da Salamandra,

arredondando as formas da escultura.
A maioria não deve mesmo saber do contexto em que foi criado o parque
e em que foi esculpida a salamandra, apenas a figura impregna
de forma tal a mente, a imaginação desses turistas
que a aparição ao vivo e em forma sólida da figura produz uma espécie de
orgasmo, uma forma de gozo que ele (ou ela) não consegue definir
e que se transforma nesse
abraço da escultura, nesse tocar.
A salamandra dorme um sono na cabeça do turista, e é despertada
pela sua aparição em um espaço qualquer de uma cidade mítica chamada Barcelona.
Barcelona tem à disposição do turista que visita a cidade sem guias duas linhas especiais
de ônibus. Esses ônibus, cujo bilhete o turista compra
para ser utilizado dentro de um perìodo fixo,
e ele pode descer e subir a seu bel prazer quantas
vezes quiser na paradas consignadas, percorrem a Barcelona mítica.
Vão até ao parque Güell,
passando pelas Ramblas, pela Pedreira de Gaudi,
igreja Sagrada Família, e todo os resto
que compõe o mito Barcelona na imaginação do visitante.
A cidade mítica, claro está, é apenas uma parte da cidade,
e pode ser bem delineada, tem
contornos, espécie de muralha invisível,
fora da qual não há turistas circulando.


(Tourists in the park Güell, in Barcelona,
need to be photographed by the side of the
Salamandra, by Gaudi.
Besides that, they need to hug it,
to touch it with their hands.
For that reason, the Salamandra's claws
have lost its sharp edges throughout
the years.
Even though the great majority of these
tourists aren't aware at all about
the context in which the park and
the Salamandra have been created,
they have that image sleeping in their minds.
The image awakes by the sudden appearance of
the very sculpture of the Salamandra
in its solid and colourful form just before
the eyes of the visitor).

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